É pra aproveitar: =)
Obrigado Luan!
Três contos sobre a fertilização
Elas queriam tanto ter um filho que esqueceram-se do que seria mais importante: um pai. Disseram que não, não queriam ter um pai, seriam somente elas, duas mães.
O dia da introdução do óvulo no útero materno já havia sido marcado, o suposto pai já havia sido escolhido (branco, olhos azuis, cabelos negros, 1,73cm de altura) e a mãe já estava preparada. Estava pronta e ansiosa.
Não foi muito complicado o processo em sí, algumas horas sentada, alguns minutos em uma cama e nove meses depois, nasceu uma linda garota, de olhos azuis e pele clara que seria amada por duas mães e esquecida por um pai.
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Eles eram casados há 2 anos e decidiram que já era hora de se iniciar uma família.
Foi uma noite linda, a lua cheia, brilhante, iluminava os becos escuros e as luzes das velas iluminavam o quarto. Por iniciativa dela claro, foram espalhadas pétalas de rosa por todo o apartamento. Em suma, o ambiente era perfeito.
Foi uma noite quente, depois, cada um do seu lado da cama, conversavam, faziam planos empolgados, bem dizendo a chegada de seu precioso bebê.
Talvez por amarem demais seu bebê e depositarem nele muito carinho, o bebê morreu ao nascer (de insuficiência respiratória, afirmaram os médicos). Era como se o mundo tivesse virado pó e nada mais fazia sentido. Sofrer, sorrir, seguir em frente. Olhar o quarto do bebê os fazia lembrar que ainda não haviam sofrido o bastante. Eles se culpavam. Mesmo que a culpa não fosse deles, ninguém tinha o direito de tentar convencê-los do contrário. Eles amavam seu bebê.
Nada os impedia de tentar de novo e de novo, exceto o fato de colocar a vida de outro pequeno indivíduo em risco, e isso os assustava. Optaram por adotar uma criança, ficariam felizes e deixariam uma criança feliz também. Esperavam ser felizes para sempre, um pai, uma mãe e uma criança.
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Ela já tinha 45 anos e queria ter um filho. Os médicos diziam que era arriscado, mas ela não desistiu, precisava ter um bebê.
Seu marido, um homem de 50 e poucos anos, aceitou doar seus espermatozóides e apenas torcia para que tudo ocorresse de forma positiva. E tudo deu certo, exceto por um pequeno detalhe: ela queria ter um bebê, mas teve gêmeos.
Cuidou dos dois com muito amor e carinho, até que um dia, sem motivos aparentes, ela faleceu, com 62 anos. Ela viu seus filhos crescerem, mas não conheceria seus netos, seus bisnetos, suas noras, seus novos parentes. Nada seria de fato muito importante, afinal ela queria ter um filho, mas teve dois.
aeae O/
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