domingo, 10 de abril de 2011

Experimentação I

Dois contos curtos. Um leve humor ácido permeia a história dessas vidas...

A vida de Aninha e SPTZ

Aninha já completou seus 3 meses de gestação. Ela pode não ter nascido ainda, mas além de seu corpo, está se formando dentro de seu ovário, um “cacho de uvas”. Os meses vão passando e o cacho de uvas continua se formando. De uma uva (célula primordial), se formaram muitas outras, numa fase chamada de multiplicação. Para essas uvas, deu-se o nome de ovogônias. Aninha finalmente nasceu. Ela continuará crescendo, assim como seu cacho de uvas, que inicia uma nova fase, a fase de crescimento, transformando a uva ovogônia em uma uva ovócito I. Mas isso ocorre até seus 3 meses de vida. Aninha continua a crescer forte e sadia ao longo dos anos. Ela passa a não gostar mais das mesmas coisas que gostava e vai amadurecendo seus pensamentos. E é exatamente isso que acontece com seu cacho de uvas, assim que a menina entra na puberdade.  É iniciada a fase de maturação. Sua uva se transforma em outras duas, uma maior (ovócito II) e outra menor (glóbulo polar). A cada mês, uma de suas uvas amadurece e cai, com a esperança de serem semeadas novamente e quem sabe, começar um novo ciclo, dando origem a outro pé. Mas, se isso não acontece, a uva cai no chão, se parte e espalha todo o seu suco.

SPTZ é um jovem gameta masculino, que está sendo formado em um emaranhado de fios, numa primeira fase de multiplicação com outros amigos. Depois de algum tempo, SPTZ e seus amigos cresceram e começaram a ficar mais fortes e se transformaram em espermatócitos I. Logo depois, já sofreram outra transformação, em espermatócitos II, ainda procurando sua identidade. Assim que a “modinha” passou, aderem a uma nova, a da espermátide, numa fase onde já estão mais maduros, a fase de maturação. Quando passam pela fase de diferenciação, finalmente SPTZ e seus amigos encontram sua verdadeira identidade e se transformam em espermatozóides. Depois de tantas transformações, eles vão repousar em uma pequena sala chamada epidídimo. Com um sinal de alerta para evacuar o prédio, SPTZ fica assustado e segue seus amigos para o primeiro andar do prédio. Passam por um corredor que os conduz até uma segunda sala, onde recebem uma camada a mais de proteção. Dirigem-se para outra sala onde recebem equipamentos e logo se encaminham para receber os últimos equipamentos para que consigam passar pela estreita porta. Daqui, se dirigem direto para a porta de saída.

Bruna Moraes Vicente - 212

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